SHOWs O grupo Erosão Percussion Trio vem da Alemanha para uma
série de concertos e workshops...
Por Fabricio Vieira
(Foto: Tony Elieh)
Mariá Portugal tem tocado uma pulsante agenda sonora.
Conhecida por muitos como a baterista do Quartabê, ela se radicou na Alemanha há
alguns anos e de lá a temos visto desenvolvendo trabalhos e ideias com muitos
dos nomes de destaque do free/experimental internacional. Um exemplo é o potente quarteto Monstro/Monster, que
mantém ao lado da clarinetista austríaca Susanna Gartmayer, do contrabaixista
britânico John Edwards e da lenda do sax Joe McPhee (o grupo tem um muito bom CD
gravado ao vivo no Wels Music Unlimited). Baterista, improvisadora, cantora,
compositora, Mariá Portugal prepara no momento um novo disco, programado para
sair em novembro, registro de estreia do projeto Erosão Percussion Trio.
Formado ao lado do veterano músico alemão Burkhard Beins e
do mexicano Emilio Gordoa, o Erosão Percussion Trio é um projeto que une canção
e música improvisada – no disco que está no forno, trabalham, além de canções autorais
de Portugal, com as peças “Pulsar”, de Caetano Veloso e Augusto de Campos, e “Correnteza”,
de Tom Jobim e Luiz Bonfá, em um total de 8 faixas. Segundo a artista, “o
trabalho é uma continuação do meu primeiro disco solo, Erosão, mas segue outros
caminhos, bem focado na interação entre voz e percussão, além de baixo elétrico
e eletrônica. E é inegavelmente influenciado pela música improvisada alemã”. Em
vídeos no Youtube, é possível conferir a envolvente energia criativa do trio. Da
apresentação do projeto: “o grupo usa percussões sem altura definida, como
bateria e tambores, pratos tocados com arco, objetos de metal, madeira,
correntes e outros instrumentos de percussão não convencionais”. Por aí, dá
para se ter uma ideia do que colocam em cena. E a boa nova é que o Erosão
Percussion Trio está desembarcando no Brasil para uma série de apresentações e
workshops, em diferentes cidades (todas as infos no flyer). Por ser um grupo baseado
na Alemanha, não é sempre que teremos a oportunidade de vê-los em ação, ou
seja: não perca! Para concretizar esta vinda, a turnê tem apoio do
Goethe-Institut e também do Festival CHIII, em São Paulo, e do Novas
Frequências, no Rio de Janeiro.
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*quem assina:
Fabricio Vieira é jornalista e fez Mestrado em
Literatura e Crítica Literária. Escreveu sobre jazz para a Folha de S.Paulo por
alguns anos; foi ainda correspondente do jornal em Buenos Aires. Colaborou
também com publicações como Entre Livros e Jazz.pt, de Lisboa. Nos últimos
anos, tem escrito sobre música e literatura para o Valor Econômico. É autor de
liner notes para os álbuns “Sustain and Run”, de Roscoe Mitchell (Selo
Sesc), “The Hour of the Star”, de Ivo Perelman (Leo Records), e “Live
in Nuremberg”, de Perelman e Matthew Shipp (SMP Records)