ESPECIAL Em meio ao inesperado anúncio
do trio The Thing de que fará uma pausa, após cerca de duas décadas de história, apresentamos sua discografia...
Por Fabricio Vieira
A notícia de uma pausa (que não seja um fim!) nas atividades do The
Thing pegou todos de surpresa e deixou no ar uma aura de saudosismo. Quem
acompanha a banda desde o começo, nessas duas décadas de história, com certeza já
se sente meio órfão. Mats Gustafsson (sax), Ingebrigt Haker Flaten (baixo) e
Paal Nilssen-Love (bateria) formaram um dos mais incríveis, explosivos e
revolucionários power trios da free music e deixaram muita coisa brilhante pelo caminho.
Tudo isso começou em meados de 1999, quando os três músicos escandinavos se
reuniram para prestar um tributo à memória de Don Cherry (1936-1995). The Thing
é o nome de uma peça de Cherry registrada no álbum “Where is Brooklin?” (69). Mas
essa relação do trio com o trabalho do cornetista acabou sendo mais uma marca
inicial, de partida, com novos rumos logo se abrindo para o grupo. Não à toa,
em um concerto do trio em turnê europeia em julho de 2012, Gustafsson se sentiu
incomodado e foi ao microfone retificar a informação veiculada pela organização
do show de que o The Thing seria uma “banda tributo a Don Cherry”. “Nós
somos nós, Don Cherry é Don Cherry”, pontuou.
O som do The Thing teve em sua trajetória sensíveis mudanças, em meio a
algumas linhas bastante marcantes: partindo de um free jazz contemporâneo,
aberto ao free impro mais arisco, teve no rock uma referência bastante
importante – sonoramente e por meio das muitas releituras do gênero que fez.
Aliás, releituras sempre foram uma marca do grupo, especialmente em sua
primeira década de existência, com revisitações explosivas a temas dos
universos do free jazz, com destaque aos anos 60/70, e do rock independente.
Outra marca foram as colaborações e os convidados, muitas dessas parcerias sendo registradas em disco, outras apenas
nos palcos – lembrando que quando o trio esteve no Brasil pela primeira e única vez,
em junho de 2013, trouxe como convidado o saxofonista Joe McPhee. Essa história foi feita de muitos discos, alguns mais ouvidos e
conhecidos, outros menos. Em homenagem a esse vital trio – e como forma de ajudar
a atrair e guiar ouvintes pela sua fundamental obra –, o FreeForm, FreeJazz apresenta sua discografia comentada. Todos os
discos do The Thing estão aqui, separados por algumas categorias: álbuns do
trio, com convidados, colaborações, singles e remixes. Boas audições. Free The
Jazz!!!
*ÁLBUNS DO TRIO
THE THING (2000)
Crazy Wisdow
Gravação de estreia do trio, em um momento em que revisitar a obra de
Don Cherry era o que os movia. Das seis faixas presentes no álbum, captadas em
fevereiro de 2000 no Atlantis Studios, em Estocolmo, quatro são temas de Cherry
e duas, composições próprias. As versões de “Awake Nu” e “Mopti” são especialmente
empolgantes. Daqueles discos de estreia que fazem o ouvinte aguardar com
ansiedade pelo próximo capítulo.
GARAGE (2004)
Smalltown Superjazzz
Neste registro realizado de forma analógica nos dias 3 e 4 de janeiro
de 2004, temos a síntese e um dos núcleos da obra do The Thing – em certo
aspecto, seu título mais poderoso, com um ar garageiro, cru. Aqui estão versões
para temas do rock (“Art Star”, “Aluminum”) e do free jazz (“Haunted” e “Eine
Kleine Marschmusik” – esta, uma peça solista de Peter Brotzmann dos anos 70). Para mostrar que nem só de versões se faz a fama da banda,
o disco fecha com a demolidora faixa-título. Disco obrigatório em qualquer
discoteca de free music, foi reeditado em vinil uma década depois, com nova
mixagem.
LIVE AT BLA (2005)
Smalltown Superjazzz
Registro de junho de 2003, é um vital testemunho ao vivo do trio. O
disco se divide em dois extensos blocos (28 e 36 minutos) com diferentes temas do
universo free jazzístico, tocados seguidamente, sem cortes, de nomes como Joe
McPhee (“Old Eyes”), Norman Howard (“Haunted”), David Murray (“Dewey’s Circle”)
e Charles Tyler (“Cha Lacy’s East”). Intensidade altíssima em um álbum para
ouvir sem pausas.
ACTION JAZZ (2006)
Smalltown Superjazzz
Como diz o nome do disco: Action Jazz! São nove intensos temas, a
maioria releituras (há apenas um do trio e um assinado por Gustafsson). Como se
tornava comum nessa época, há peças do universo do free e do rock. “Chiasma”,
do pianista japonês Yousuke Yamashita, é um dos pontos altos da sessão. Já “Ride
the Sky”, do Lightning Bolt, é daquelas que ficam grudadas nos tímpanos. E há
também Ornette Coleman e uma versão de “Sounds Like a Sandwich” (Cato Salsa).
Action!
NOW AND FOREVER (2008)
Smalltown Superjazzz
Este box reúne os dois primeiros álbuns do grupo ("The Thing" e "She Knows...", que na época já
estavam fora de catálogo), mais um disco novo, “Glutony”, com três
improvisações de mesmo nome gravadas em estúdio em dezembro de 2005. O pacote é
completado com um DVD de 35 minutos, “Live at Oya Festival”, captado em um
festival em Oslo em 2005. O show traz a participação do guitarrista Thurston
Moore (Sonic Youth), com quem lançariam um álbum alguns anos depois.
BAG IT! (2009)
Smalltown Superjazzz
O grupo ensaia aqui novas possibilidades, com Gustafsson e Haker Flaten testando, além de seus instrumentos, live electronics em alguns temas. Dentre as releituras aqui
presentes, dois clássicos de searas distintas do jazz: “Mystery Song” (Duke
Ellington) e “Angels” (Albert Ayler). Na ala rock, atenção para a releitura de “Drop
the Gun”, do 54 Nude Honeys, banda japonesa capitaneada por três garotas. A
versão original traz ainda um CD bônus com uma longa sessão de improvisação de
30 minutos (“Beef Brisket”).
MONO (2011)
Smalltown Superjazzz
Disco menos explosivo do trio, “Mono” se desenvolve de modo mais contido.
Seus pouco mais de trinta minutos estão divididos em peças mais curtas, estando
presente apenas uma releitura, “Alfie's Theme”, de Sonny Rollins – aqui o grupo começa
a deixar de lado revisitações a temas do rock, que marcaram seus trabalhos por uma
década. O tema de abertura, “Viking”, é o mais forte do conjunto. Mats
Gustafsson está centrado aqui apenas nos saxes tenor e barítono, resultando num
som mais coeso e direto. O disco foi registrado no início de 2011 em mono, no
Headgap Studios, na Austrália.
BOOT! (2013)
The Thing Records
O álbum começa com uma revisitação a “India”, de John Coltrane, e já agarra os ouvintes de vez. Mats Gustafsson nunca variou tantos saxes em um álbum do The Thing como aqui, passando por tenor, soprano, barítono e sax baixo. Já Ingebrigt Haker Flaten opta apenas pelo baixo elétrico, o que faz de Boot! um álbum com sonoridade bem particular. Mais arisco que o álbum anterior e com a energia em elevada potência, especialmente nos temas “Reboot” e “Red River”, Boot! encontra ainda espaço para uma versão de “Heaven”, do mito Duke Ellington.
SHAKE (2015)
The Thing Records/ Trost
Gravado em junho de 2015, Shake apresenta sete temas, a começar com a
intensa “Viking Disco/Perfection”, marcada por rascante sax tenor. O registro
traz temas de todos os músicos, incluindo a antes gravada “Bota Fogo”, de Paal Nilssen-Love.
Da fatura de Mats Gustafsson, destaque para “Aim”, que traz participação certeira
de Anna Hogberg (sax alto) e Goran Kajfes (corneta). Um álbum bem free
jazzístico, com Gustafsson focado nos saxes tenor e barítono e Haker Flaten alternando-se
entre baixo acústico e elétrico. Saiu em CD, K7 e vinil duplo.
AGAIN (2018)
The Thing Records/ Trost
Again passou a ser, por ora, o último registro do The Thing. O álbum
traz apenas três extensos temas e se mantém distante do rock, uma referência
importante para o trio durante boa parte de sua existência. O trio se reuniu
em 2 e 3 julho de 2017 no Studio Paradiso, em Oslo, para fazer o registro, que
resultou em “Sur Face”, “Vicky Di” e “Decision in Paradise” – esta, uma
releitura de um tema do saxofonista Frank Lowe (1943-2003). Again apareceu em
CD e LP, com uma edição limitada de 200 cópias em vinil colorido.
*ÁLBUNS COM CONVIDADOS
SHE KNOWS... with Joe McPhee (2001)
Crazy Wisdow
Neste segundo registro do The Thing, duas novas marcas importantes em sua trajetória: a participação de um convidado e um pé no mundo rock. O primeiro a ser chamado para colaborar com o trio foi o veterano Joe McPhee. Com sax tenor e pocket trumpet, McPhee trouxe novas perspectivas ao grupo. O disco abre de forma arrebatadora com uma versão de “To Bring You My Love”, da PJ Harvey, momento inspiradíssimo que torna o álbum obrigatório por si só. Destaque também para a releitura de “The Thing” (a origem de tudo) e “Baby Talk”, de James Blood Ulmer, que colaboraria com o grupo mais à frente.
IMMEDIATE SOUND with Ken Vandermark (2007)
Smalltown Superjazzz
O trio se reúne aqui com o antigo amigo Ken Vandermark, em uma sessão de grande liberdade improvisativa. O som mais cru e centrado marcado por revisitações que caracteriza o The Thing fica meio de lado. O disco tem em seu núcleo os duelos de saxes e, exceção do primeiro tema ou alguns minutos aqui e ali, não se revela um registro tão pesado quanto se poderia esperar. Foi captado em um concerto em Chicago, em abril de 2007.
SHINJUKU CRAWL with Otomo Yoshihide (2009)
Smalltown Superjazzz
O The Thing encontrou o lendário artista japonês Otomo Yoshihide em outubro de 2007, no
Pit Inn, em Tóquio. As explorações ruidosas de Otomo com sua guitarra levam o som do trio a outros campos. Mais um trabalho com foco na improvisação livre, no qual
os temas e revisitações marcantes do trio escandinavo não tem vez.
SHINJUKU GROWL with Jim O’Rourke (2011)
Smalltown Superjazzz
Espécie de lado B do encontro com Otomo Yoshihide, essa parceria com
Jim O’Rourke também aconteceu no Pit Inn, em Tóquio, mas em 2008 – poderiam
compor um box em uma reedição... Com pontos noise mais evidenciados, O’Rourke
(guitarra) cria texturas que se engolfam com desenvoltura pela sonoridade do
The Thing. “If Not Ecstatic, We Replay” abre os trabalhos em ponto de ebulição,
com passagens explosivas em que guitarra e bateria centram o foco.
METAL with Barry Guy (2012)
NoBusiness
O veterano baixista britânico Barry Guy foi o convidado para esta
sessão captada na igreja Saint Catherine, em Vilnius, na Lituânia. Editado
em vinil duplo, em edição limitada de 600 cópias, Metal traz mais de uma hora
de improvisação livre de altíssimo nível. Guy é antigo conhecido de Gustafsson (tiveram um trio nos anos 90) e seu encontro com o The Thing soa centrado, uno, nem parece que foi o primeiro
registro deles nesse contexto.
THE CHERRY THING with Neneh Cherry (2012)
Smalltown Supersound
Impressionante e sedutor encontro com a cantora Neneh Cherry. Acabou
por se tornar o trabalho de maior exposição do grupo. Para surpresa dos mais
incrédulos, eles encontraram o tom perfeito. Apesar de mais ligado a uma
estrutura organizada, os arroubos demolidores herdados do free jazz estão em primeiro plano, dando sabor único às releituras imperdíveis de “Dirt” (Stooges) e “Dream
Baby Dream” (Suicide). O quarteto chegou a excursionar na época –feliz de quem
pôde vê-los...
LIVE with Thurston Moore (2014)
The Thing Records/ Trost
Mats Gustafsson e Thurston Moore gravaram juntos pela primeira vez em
1999 (“New York – Ystad”). Com o The Thing, o guitarrista tocou em shows lá para 2005, mas faltava um álbum sacramentando a parceria. E esse encontro, editado
cinco anos atrás, aconteceu no palco do Café Oto, em Londres, em fevereiro de
2013. Da apresentação, saíram as duas faixas de improvisação livre que compõem
o álbum, a mais detalhista "Awakened by You", de 12 minutos, e “Blinded by Thought”, mais extensa, com seus 20 minutos, e também a
que concentra a força máxima do quarteto.
BABY TALK with James Blood Ulmer (2017)
The Thing Records/ Trost
O guitarrista James Blood Ulmer, já com mais de 70 anos, se reuniu ao
The Thing no palco do Molde Jazz Festival, em julho de 2015. A apresentação,
que rendeu quatro temas ao álbum, levou
um tempo a ser lançada, mas valeu a pena a espera: um belo encontro de muita
energia. Ulmer traz ideias muito distintas das de outros guitarristas que trabalharam
com o trio escandinavo, mas está muito à vontade e integrado. São de Ulmer os
temas visitados; além da faixa-título, vemos interpretações de “High Yellow” e
“Proof”.
*SINGLES
ART STAR (2004)
Smalltown Superjazzz
Algo menos comum no mundo free/jazzístico contemporâneo, o The Thing
editou este single do álbum “Garage”, apenas em versão vinil. O disco traz no
lado A o “hit” do álbum, a faixa “Art Star”, uma revisitação instrumental ao
tema do trio indie norte-americano Yeah, Yeah, Yeahs. Virou na época verdadeira
obsessão do grupo, onipresente nos concertos. O lado B do single oferece uma
versão alternativa de “Have Love Will Travel”.
BOOT! (2014)
The Thing Records/ Trost
Single do disco de mesmo nome, Boot! traz dois temas inéditos captados
na sessão de onde saiu o álbum, realizada em fevereiro de 2013. No lado A, “Empty
From Bawling”, furiosa e com um baixo sombrio; na face B, “Bruises Without Contact”, com
tenso sax barítono. Foi lançado no Record Store Day 2014, em edição limitada de
750 cópias.
VIKING (2014)
The Thing Records
Talvez a boa repercussão de “Boot!” tenha influenciado na decisão de
editar este outro single (rotulado como EP pela gravadora, apesar de ter apenas
um breve tema de cada lado do vinil). Aqui são peças extraídas do álbum anterior,
“Mono”, gravado em 2011. Com a faixa-título em destaque no lado A (em versão
mais enxuta, de 4 minutos, e algo mais rascante) e o tema tradicional “Bruremarsj” no lado B, é um
disco mais para colecionadores, sem maiores atrativos para quem já tem “Mono”.
IT'S ONLY ME (2016)
Independent
Título mais raro da discografia do The Thing, só chegou a alguns poucos
(poucos mesmo) colecionadores: o vinil, 7’’, foi editado em versão
limitadíssima de 25 cópias numeradas e autografadas. De um lado do disco,
solos; do outro, o trio em ação. It’s Only Me foi realizado em homenagem ao
agente Erhard Hessling, amigo do grupo morto à época.
*PARCERIAS E COLABORAÇÕES
THE MUSIC OF NORMAN HOWARD with School Days (2002)
Anagram Records
O The Thing se une aqui ao quinteto School Days para uma homenagem ao
esquecido trompetista Norman Howard. O encontro foi uma verdadeira fusão de
forças: tendo na linha de frente Ken Vandermark, o School Days contava em suas
fileiras exatamente com Paal Nilssen-Love e Ingebrigt Haker Flaten. São quatro
temas de Howard (como “Burn, Baby Burn” e a sempre presente “Haunted”)
apresentados, captados em Estocolmo em novembro de 2001, lá nos tempos iniciais
de tudo.
SOUNDS LIKE A SANDWICH (2005)
Smalltown Superjazzz
Encontro ao vivo de 2004 com a pouca conhecida banda de rock norueguesa
Cato Salsa Experience, comandada pelo vocalista/guitarrista Cato Thomassen,
além de participação de Joe McPhee. Momentos ora mais roqueiros (como na versão
de “Whole Lotta Love”), ora mais free jazzy (caso de “Our Prayer”, com McPhee
ao trompete em dueto bastante tocante com o sax). A parceria se estenderia
pelo próximo ano, rendendo mais algumas colaborações, em estúdio e nos palcos.
TWO BANDS AND A LEGEND (2007)
Smalltown Superjazzz
Nesse segundo registro saído da parceria, The Thing, Cato Salsa
Experience e Joe Mcphee resolvem criar um nome para a reunião: Two Bands and A
Legend. A reunião ocorre em estúdio em 2005 e as bandas encontram uma sintonia
mais afinada. O disco abre com intensa visita a “Who the Fuck” (PJ Harvey) e
mantém o nível em tom elevado. “The Witch” (Sonics) e “Nut” são outros pontos
de força indiscutível. Imperdível: a leitura mais suja já feita da clássica “Louie
Louie”.
I SEE YOU BABY SHAKIN' THAT ASS (2007)
Smalltown Superjazzz
O projeto Two Bands and A Legend (The Thing, Cato Salsa Experience e
Joe Mcphee) rendeu ainda este terceiro fruto, captado em março de 2005.
Diferentemente dos títulos anteriores, que tinham temas mais diretos e breves,
aqui são apenas três peças, de 6 a 13 minutos, com interessantes versões. Há a
faixa-título, do Groove Armada, a sempre presente “Our Prayer” (Donald Ayler) e
uma surpresiva revisita a “Nation Time”, clássico de McPhee.
COLLIDER with DKV Trio (2017)
Not Two Records
Um encontro entre antigos parceiros, Collider foi registrado no Manggha
Hall, na Polônia, em novembro de 2014. O The Thing uniu forças ao DKV Trio (Ken
Vandermark, Kent Kesller e Hamid Drake) em uma apresentação que rendeu três
extensos temas reunidos neste disco. Um duelo especialmente aguardado pelos fãs
era entre Nilssen-Love e Drake, dois percussionistas centrais da cena
contemporânea com estilos bastante distintos; e “Moving Map” é o lugar para se
ver isso – e sair encantado. Grande álbum de gênios da free music.
*REMIXES
THE CHERRY THING REMIXES (2012)
Smalltown Supersound
O sucesso de “The Cherry Thing” atraiu ouvintes de outras searas
(curioso ver uns anos atrás o álbum em vitrines de lojas na galeria do rock, em
SP). Um dos resultados disso foi esse interessante disco de remixes, conduzido
por gente do dub, noise, eletrônico e afins. Mais próximo à banda, há as releituras de
Merzbow (“Sudden Moment”) e Jim O’Rourke (“Accordion”).
DREAM BABY DREAM/ CASHBACK (2012)
Smalltown Supersound
Este single faz parte do projeto The Cherry Thing Remixes. Aqui há
apenas dois temas extraídos daquele álbum, editados em LP. As faixas destacadas
são “Dream Baby Dream”, retrabalhada pelo Four Tet, e “Cashback”, pelas mãos dos
noruegueses do Lindstrom & Prins Thomas.
THE THING Reworked by Shit and Shine (2015)
Trost
Editado como parte da “Trost Jukebox Series”, este single traz duas
peças retrabalhadas pelo Shit and Shine, projeto na seara do noise de Craig Clouse.
Os temas escolhidos pelo artista para serem explorados são “Viking”, do álbum
Mono, e “Red River”, de Boot!, em versões ruidosas e enxutas, entre 2 e 3
minutos.
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*quem assina:
Fabricio Vieira é jornalista e fez mestrado em Literatura e
Crítica Literária. Escreveu sobre jazz para a Folha de S.Paulo por alguns anos;
foi ainda correspondente do jornal em Buenos Aires. Colaborou também com
publicações como EntreLivros, Zumbido e Jazz.pt. Atualmente escreve sobre
livros e jazz para o Valor Econômico. É autor de liner notes para os álbuns
“Sustain and Run”, de Roscoe Mitchell (Selo Sesc), e “The Hour of the Star”, de
Ivo Perelman (Leo Records)