50 anos depois: 20 discos imperdíveis da safra 1969







Após uma década de muita ebulição, o free jazz se expandia para outros continentes e trazia novos artistas para suas trincheiras. Era 1969, um ano sonoramente vibrante...








Por Fabricio Vieira


1969 foi um ano bastante intenso na free music, com muitas gravações marcantes, que sobrevivem como obras de grande impacto mesmo passadas cinco décadas. Este que foi um ano que marcou a primeira década de história do free jazz é testemunho das transformações e quebra de barreiras que essa música vivenciava então: a cena europeia se estruturava e gestava seus primeiros clássicos, enquanto a cena japonesa dava seus passos iniciais. Nos Estados Unidos, uma nova geração dava as caras, com destaque para artistas provenientes da AACM. Interessante nesse processo o destaque de Paris, que se tornou um polo de atração para artistas norte-americanos que buscavam um novo público interessado em sua música. É na França também que se estabelece um selo vital naqueles anos, o BYG Records, responsável por uma série (“Actuel”) de álbuns de capa branca que se se tornaria lendária e um testemunho de uma era em que artistas dos EUA e da Europa trabalharam juntos como nunca – por outro lado, nota-se ainda uma tímida participação feminina nesse universo sonoro.
Muita coisa essencial da free music surgiu naquele 1969; desse caldeirão, selecionamos 20 discos imperdíveis que estão a comemorar cinco décadas de existência exibindo plena forma e interesse estético inabalável. Claro que outros exemplares preciosos daquele ano ficaram de fora (notem que há apenas um disco por artista, por exemplo), mas esses álbuns dão uma boa ideia do que acontecia no fim da década de 1960. Para quem quiser comprar os discos, apenas uma parcela deles está em catálogo. Mas não é difícil encontrar a maioria desses exemplares, ao menos para conhecer, em espaços como Spotify, Youtube e afins...








A Jackson in Your House
Art Ensemble of Chicago
BYG
1969 se revelaria um ano decisivo na trajetória do Art Ensemble of Chicago. O grupo mudou para Paris, onde chegou no dia 2 de junho, e foi lá que passou a ser conhecido como Art Ensemble of Chicago, editando seus primeiros discos sob a rubrica que os acompanharia nestas cinco décadas. E não foram poucos os registros: nada menos que sete álbuns foram gravados por eles naquele ano. A Jackson in Your House nasceu em uma sessão realizada no dia 23 de junho – ou seja, poucas semanas após chegarem à Europa – no Studio Saravah, Paris. Aqui o AEOC era ainda um quarteto (Roscoe Mitchell, Lester Bowie, Joseph Jarman e Malachi Favors), faltava o percussionista Famoudou Don Moye, que se juntaria a eles alguns meses à frente. A Jackson in Your House traz na capa o subtítulo “A.A.C.M. - Great Black Music”, como forma de marcar bem de onde o grupo vinha em um momento em que a curiosidade em torno do coletivo só crescia na Europa. O disco tem quatro temas, em que vemos os músicos tocando uma ampla série de instrumentos de sopro e percussivos – lembrando que o grupo ainda não tinha um baterista. Registro fundamental dos primeiros passos do AEOC, para compreender tudo o que se abriria para eles nas décadas seguintes.





Karma
Pharoah Sanders
Impulse!
Pharoah Sanders adentrava à época seu mais criativo período, no qual produziu obras memoráveis da música livre. Karma traz talvez sua mais conhecida peça, “The Creator Has A Master Plan”, que se tornou verdadeiro hino do spiritual free jazz. O cântico entoado por Leon Thomas ecoa infinitamente na mente de quem adentra essa música, inebriando mesmo os ouvintes ateus com sua melodia hipnótica. Sanders já fazia de sua música uma celebração aberta a diferentes energias e sonoridades – isso mesmo com ele tocando apenas sax tenor nesta sessão registrada em fevereiro de 69. Para a gravação, chamou artistas de matizes diversos, como James Spaulding (flauta), Reggie Workman (baixo) e Lonnie Liston Smith (piano). O resultado é fantástico. Um clássico.







Nipples
Peter Brötzmann
Calig
Após o devastador impacto de “Machine Gun” (68), ficou no ar a pergunta: o que trará agora Peter Brötzmann? Acompanhado por boa parte dos músicos que tinham tocado no seu clássico instantâneo, Brötzmann conseguiu manter em Nipples a força demonstrada no ano anterior. O álbum traz duas sessões com formações diferentes. No lado A do disco original, um sexteto que contava com Derek Bailey, Han Bennink, Buschi Niebergall, Fred van Hove e Evan Parker gravou a faixa-título em sessão que aconteceu em 18 de abril de 69; no lado B, vemos um quarteto (o mesmo grupo sem Bailey e Parker), que se reuniu seis dias depois. Esse empolgante registro ficou fora de catálogo por décadas, mas  depois os fãs foram recompensados nos anos 2000, com a edição de “More Nipples”, que trazia algumas sobras inéditas das sessões. Uma curiosidade: o disco foi produzido por Manfred Eicher, que fundaria no mesmo ano o famoso selo ECM.






Black Woman
Sonny Sharrock
Vortex Records
 Depois de trabalhar com gente de perfil tão distinto como Wayne Shorter, Pharoah Sanders e Herbie Mann (que assinaria a produção desta obra), o guitarrista Sonny Sharrock (1940-1994) estava mais do que pronto para fazer sua estreia, como atesta este brilhante disco. Levando um forte time ao A&R Recordings Studios, em Nova York, que contava com Sirone, Milford Graves e Dave Burrell, Sharrock registrou cinco peças de sua autoria (“Bialero” é um rearranjo de tema tradicional) mostrando um universo sonoro muito particular e envolvente. O diálogo entre a guitarra e as vocalizações de Linda Sharrock são momentos de inspiração maior. A faixa-título, que abre o álbum, é desconcertante, com Linda iluminada. Para quem quiser ver uma face mais enérgica dessa música, “Portrait of Linda in Three Colors, All Black” fecha o álbum em tonalidade intensa, com Graves mais percussivo, participação certeira do trompetista Ted Daniel e Linda cortante como nunca.






The Living Music
Alexander von Schlippenbach
Quasar/FMP

Este potente registro foi feito na mesma data que a segunda sessão de "Nipples", ou seja, 24 de abril de 69 (que dia!). O pianista alemão Alexander von Schlippenbach reuniu uma verdadeira seleção de seu país para a gravação: Brötzmann, Michel Pilz (clarinete baixo), Manfred Schoof (corneta) e Buschi Niebergall, (baixo); o reforço estrangeiro veio com o britânico Paul Rutherford (trombone) e o holandês Han Bennink. O septeto apresenta seis faixas, em que explora (o melhor verbo para usar neste caso) possibilidades amplas da improvisação coletiva, com os músicos mostrando vivacidade e anseio de criar algo realmente fresco. Um dos marcos da free improvisation que ia se estruturando na Europa.






European Echoes
Manfred Schoof
FMP
Mais um registro comandado por um alemão, aqui o trompetista Manfred Schoof, que não poupou esforços na construção deste seu primeiro clássico. Reunindo 15 músicos, com uma formação que incluía três baixos, três pianos e duas baterias, juntou alguns dos nomes mais interessantes que vinham despontando na cena europeia – Irène Schweizer, Peter Kowald, Enrico Rava, Derek Bailey, além de Brötzmann, Schlippenbach, Bennink, dentre outros – em junho de 69 para uma apresentação radiofônica. A reunião da free big band rendeu duas faixas, ambas com cerca de 15 minutos. A música é explosão pura, incendiária, que reverbera no peito. Interessante notar que o título dialoga (involuntariamente?) com “Echo”, do pianista norte-americano Dave Burrell, registrado com apenas dois meses de diferença. O álbum é ainda historicamente um marco: foi o primeiro título editado pelo selo FMP.






Huntington Ashram Monastery
Alice Coltrane
Impulse!/ABC Records

O segundo álbum assinado por Alice Coltrane (1937-2007) teve menor repercussão e distribuição do que merecia. Reeditado em CD apenas em meados dos anos 2000, Huntington Ashram Monastery é um registro em trio que traz seis temas harmonicamente repartidos. No lado A do vinil, Alice toca apenas harpa; no lado B, ela se concentra no piano. Com três faixas em cada face do vinil, marcadas pelo lirismo jazzístico espiritualizado que caracteriza a obra da artista, tem apenas aproximadamente 35 minutos, mas de grande beleza concentrada. Os parceiros da pianista são nada menos que Ron Carter (baixo) e Rashied Ali (bateria). Encanto puro.






Eternal Rhythm
Don Cherry
MPS

Don Cherry (1936-1995) teve um período bastante fértil em sua carreira no fim da década de 1960. Este Eternal Rhythm é um dos trabalhos mais importantes que lançou então, época em que também editou os inspiradíssimos “Mu” e “Where is Brooklin?”. Eternal Rhythm foi captado no Berlin Jazz Festival, em novembro de 68, e conta com a participação de importantes músicos europeus, como Karl Berger (vibrafone), Joachim Kuhn (piano) e Albert Mangelsdorff, além do grande guitarrista Sonny Sharrock. São cerca de 41 minutos de improvisação coletiva, divididos em duas partes, em que Cherry explora, além de sua corneta, diferentes instrumentos de sopro e percussão (gamelão, flautas...), criando com seus parceiros uma música múltipla, aberta aos sons do mundo, algo que se tornaria uma marca sua daí para frente.





Skillfullness
Alan Silva
ESP-Disk
O inventivo multi-instrumentista (baixista de origem) nascido nas ilhas de Bermudas mostra um pouco das investigações sonoras que marcariam sua discografia. Alan Silva apresenta nesta sua estreia pelo lendário selo ESP-Disk duas extensas faixas para as quais convocou músicos de diferentes perfis, dos mais conhecidos Dave Burell e Karl Berger aos poucos lembrados e registrados Becky Friend (flauta) e Mike Ephron (piano, órgão). Com as ideias em ebulição, mas sem ainda ter concebido a estética de sua Celestrial Communication Orchestra, Silva toca violoncelo, violino e piano, gestando uma música de difícil catalogação, que tem o seu melhor no lado B do vinil, com "Solestrial", de corte mais enérgico e vibrante.  






Mina's Second Theme
Yousuke Yamashita
Victor
Pioneiro do free jazz no Japão, o pianista Yousuke Yamashita organizou seu famoso trio no fim dos anos 60, sendo este um de seus registros iniciais. Ao lado do baterista Takeo Moriyama e do saxofonista Seiichi Nakamura (depois substituído pelo genial Akira Sakata), Yamashita já mostra aqui o free incendiário que marcaria sua obra à época. São apenas três faixas, em que os músicos exibem toda sua ânsia de explorar novos campos sonoros. O álbum receberia algumas reedições, mas sempre no Japão – ao que parece, nunca foi lançado no ocidente. Álbum que, em seu lançamento, preparou terreno para a hecatombe que viria da cena nipônica muito pouco depois, com Masayuki Takayanagi e Kaoru Abe liderando a invasão.     




The Baptised Traveller
Tony Oxley Quintet
CBS
Ao lado das cenas alemã, holandesa e francesa, a inglesa contava no fim dos anos 1960 com um grande número de jovens músicos que se tornariam referência no mundo do free futuramente. Londres era o centro principal de encontro deles e não faltam discos feitos lá no período que são obrigatórios. O percussionista Tony Oxley reuniu para este The Baptised Traveller um quinteto formado por gente do calibre de Evan Parker, Derek Bailey, Jeff Clyne e o trompetista canadense Kenny Wheeler. Com duas faixas em cada lado do vinil, vemos esses instrumentistas ainda sedimentando sua sonoridade, mas já capazes de criar um trabalho de verdadeira criatividade. Linhas temáticas ainda marcam as peças, todas assinadas por Oxley, apesar do forte espaço improvisativo (Parker já é especialmente forte). 





Prayer for Peace
Amalgam
Transatlantic Records
Instigante estreia do importante grupo britânico Amalgam, que em trio trazia Trevor Watts (sax alto), Jeff Clyne (baixo) e John Stevens (bateria) – há ainda a participação de Barry Guy em um tema – apresentando cinco faixas captadas em 20 de maio de 69 em Londres. A música é mais da seara do free jazz do que propriamente o que conheceríamos como free impro europeu, como bem mostra a faixa de abertura, "Tales of Sadness", em que Watts trabalha até seu limite uma linha melódica que vai se diluindo progressivamente, até mergulhar na improvisação mais livre que marca a segunda metade da peça. O Amalgam sofreria várias mutações em sua formação, sempre com Watts em seu centro, lançando vários títulos durante cerca de uma década.






Yasmina, A Black Woman
Archie Shepp
BYG
Archie Shepp estava neste ano em um período de grande ebulição criativa, soltando discos com diferentes abordagens e com resultados sempre estimulantes, após sua fase Impulse!, que deixou vários petardos pelo caminho. Yasmina, A Black Woman é marcante em especial pelo lado A do vinil, onde estão os sedutoramente intensos 20 minutos da faixa-título. Para a criação da peça, captada em 12 de agosto de 69 em Paris, foi convocado um grupo que contava com Roscoe Mitchell, Sunny Murray, Lester Bowie, Clifford Thorton e alguns outros (precisa falar mais?). O lado B parece outra sessão, menos surpresiva, com mais elementos jazzísticos, trazendo releituras de Sonny’s Back e do standard Body and Soul.






Echo
Dave Burrell
BYG
Explosivo registro do pianista Dave Burrell feito também em Paris, um dia após “Yasmina, A Black Woman”, Echo conta com a presença do próprio Archie Shepp, além de Sunny Murray, Clifford Thorton, Alan Silva, Arthur Jones e Grachan Moncur III. O disco, um dos primeiros registros de Burrell como líder, é dividido em duas partes, cada uma em uma face do vinil. O lado A traz a incendiária “Echo”, um marco da energy music que bebe diretamente na linhagem aberta por “Ascension”, com improvisação coletiva de alta ebulição. O lado B, “Peace”, mostra os músicos em outra atmosfera, como que baixando a turbulência em que nossos ouvidos foram embebidos, mas sem perder a grandeza. 







Humility in the Light of Creator
Kalaparusha Maurice McIntyre
Delmark

Trabalho que carrega a espiritualidade muito associada ao free jazz na virada dos anos 60/70, Humility in the Light of Creator se estrutura a partir da conexão entre sopros incendiários, cânticos divagatórios e referências percussivas afro. O saxofonista Kalaparusha Maurice McIntyre (1936-2013) foi daqueles músicos que acabaram, apesar de sua importante criação, ficando injustamente à sombra de muitos de seus contemporâneos, como bem ilustra esta gravação. Para quem não conhece o registro, vale começar pela intensa "Kcab Emoch", que traz todos elementos que fazem deste um disco fundamental.







Afrodisiaca
John Tchicai and Cadentia Nova Danica
MPS
John Tchicai (1932-2012) foi um saxofonista que nasceu na Dinamarca de pai congolês e que se mudou para os Estados Unidos em 62. Por lá, logo se enturmou na cena free nascente, participando da criação de um dos combos seminais da época, o “New York Art Quartet”, além de ter tocado no clássico coltraneano “Ascension”. De volta a seu país de origem alguns anos depois, criou seu próprio grupo, o “Cadentia Nova Danica”, do qual chegaram a participar 30 músicos. Foi com essa big band que editou seu mais importante registro, Afrodisiaca. A incrível faixa-título, com seus mais de 20 minutos, representa um dos momentos mais inventivos do período, música fresca, sedutora e com um sabor único.






Requiem for Che Guevara / Psalmus Spei
Fred van Hove  / Wolfgang Dauner
MPS
Duas ambiciosas peças conduzidas por dois diferentes grupos comandados por pianistas (que curiosamente aqui tocam órgão) compõem este álbum. Do lado A, vemos um sexteto sob o comando do alemão Wolfgang Dauner. A seu lado estão figuras como Manfred Schoof e o saxofonista Gerd Dudek, além de um coro, que dá um colorido muito diferente ao tema que tem como nome completo Psalmus Spei for Choir and Jazz Group. O lado B é assumido pelo quinteto do belga Fred van Hove, que conta com Willem Breuker, Peter Kowald e Han Bennink. A fantástica peça apresentada por eles, sob o nome Requiem for Che Guevara, Martin Luther King, John Fitzgerald and Robert Kennedy, Malcolm X, remete ao universo de Albert Ayler, com suas marchas fúnebres intermeadas por explosivos solos de sopros – arrepiante em muitos momentos. As duas peças foram registradas ao vivo, no Berlin Jazz Festival realizado em 10 de novembro de 68.






For Alto
Anthony Braxton
Delmark
Segundo título gravado por Anthony Braxton, quando ele contava com apenas 23 anos de idade. Foi o primeiro álbum dedicado inteiramente ao saxofone solo, formato que se tornou um marco na free music e praticamente obrigatório a todo saxofonista dessa seara. Ouvir esse trabalho da juventude é entender que Braxton estreou na hora certa, quando tinha de fato algo de novo a oferecer. Editado como vinil duplo, mostra toda potencialidade inventiva do instrumentista, em oito composições próprias registradas no verão de 69, que fariam parte, em sua catalogação posterior, da série “8 a/b/c/d...” (à época, receberam títulos convencionais, com cada um dedicado a um artista/amigo). Há um pouco de todo seu alcance aqui, de temas abrasivos e rascantes a momentos mais reflexivos e detalhistas, em uma bela exibição da amplitude de sua genialidade nascente.






The 8th of July 1969
Gunter Hampel
Birth Records

O músico alemão Gunter Hampel é um dos pioneiros do free impro europeu e um elo importante do continente com a cena norte-americana – Marion Brown foi um destacado parceiro dele no fim dos anos 60. Este The 8th of July 1969, que marca a estreia de seu selo Birth Records, traz uma sessão realizada na data em estúdio na Holanda, que reuniu representantes dos dois lados do oceano, com Hampel, Anthony Braxton, Willem Breuker, Steve McCall, dentre outros, se alternando entre trio e sexteto em quatro faixas. Jeanne Lee, cantora de Nova York com quem Hampel foi casado, tem marcante presença em dois temas.  Multi-instrumentista, Hampel toca aqui vibrafone, piano e clarinete-baixo.





Orgasm
Alan Shorter
Verve
O trompetista Alan Shorter (1932-1988) é um grande nome que teve pouco destaque e oportunidades escassas em sua relativamente breve carreira – em meados dos anos 70 já havia se retirado, morrendo esquecido e isolado. Um ano mais velho que seu famoso irmão Wayne Shorter, com quem gravou em apenas uma ocasião, Alan trilhou seu próprio caminho circulando pela cena free desde meados dos anos 60. Como líder gravou somente duas sessões (a outra é "Tes Esat"), mas participou de importantes álbuns, especialmente em grupos de Archie Shepp. Neste Orgasm, Shorter toca mais flugelhorn, acompanhado por um forte time: Gato Barbieri (sax), Charlie Haden e Reggie Johnson (baixo) e Muhammad e Rashied Ali (bateria). Sempre em quarteto, as seis faixas apresentadas foram captadas em setembro e novembro de 68, tendo recebido edição em CD nos anos 90.







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*quem assina:
Fabricio Vieira é jornalista e fez mestrado em Literatura e Crítica Literária. Escreveu sobre jazz para a Folha de S.Paulo por alguns anos; foi ainda correspondente do jornal em Buenos Aires. Colaborou também com publicações como EntreLivros, Zumbido e Jazz.pt. Atualmente escreve sobre livros e jazz para o Valor Econômico. É autor de liner notes para os álbuns “Sustain and Run”, de Roscoe Mitchell (Selo Sesc), e “The Hour of the Star”, de Ivo Perelman (Leo Records)