PLAY IT AGAIN... (ainda 2018)







LANÇAMENTOS  Antes de adentrarmos as novidades de 2019, fazemos esta última apresentação de bons discos que saíram no ano passado em diferentes cantos do mundo,  mas que ainda não tinham sido resenhados por aqui...








Por Fabricio Vieira




Punkt.Vrt.Plastik  *****
Kaja Draksler/ Peter Eldh/ Christian Lillinger
Intakt Records

A pianista eslovena Kaja Draksler é um dos nomes de brilho maior da cena contemporânea. Chegando a seu melhor por esses tempos, aos 31 anos, Draksler tem apresentado diferentes projetos empolgantes. Esta estreia com novo trio, ao lado do baixista sueco Peter Eldh e do baterista alemão Christian Lillinger, mostra que a pianista ainda tem muitas ideias a apresentar. Punkt.Vrt.Plastik foi editado no fim de 2018, em meados de novembro, e mesmo assim marcou presença em diferentes listas de destaques do ano. Partindo de um formato multiexplorado no jazz, o trio de piano-baixo-bateria, eles conseguiram trazer novas possibilidades a essa música. Gravado em 26 de fevereiro passado, no Loft, em Colônia, Punkt.Vrt.Plastik apresenta nove temas próprios, com as composições assinadas pelos três, ora um, ora outro. Entre várias incríveis peças, basta ao ouvinte iniciar a audição por “Evicted” para estar completamente seduzido; com Draksler em toques sutis e repetitivos, cria-se uma atmosfera sombria, algo satineano que cresce até seu pico entre os dois e quatro minutos, em que baixo e bateria saem de cena para que apenas o piano domine os espaços com toques martelantes que vão adentrando os ouvidos de forma cada vez mais intensa, antes de seus parceiros retornarem para os minutos finais. Obrigatório.







Random Dances and (A)Tonalities  ****(*)
Don Byron/ Aruán Ortiz
Intakt Records

O clarinetista Don Byron foi um dos nomes fortes da cena jazzística dos anos 1990, quando desenvolveu diferentes importantes projetos e parcerias, mas desacelerou bastante na última década, deixando poucos registros nesse período. Por isso, bom revê-lo em um importante trabalho, neste novo duo ao lado do  pianista cubano Aruán Ortiz. São dez peças, relativamente breves, de 2 a 7 minutos, gravadas em dezembro de 2017, em que podemos ver alternados temas de Byron e Ortiz, além de releituras de "Black and Tan Fantasy", clássico de Duke Ellington, e Dolphy's Dance (Geri Allen). O duo soa bem entrosado e centrado (não sei se eles têm tocado lado a lado com alguma frequência), ofertando momentos de grande lirismo e imaginação improvisativa. O disco começa com "Tete's Blues", de Ortiz, em que o clarinete de Byron soa fluido, apesar de o destaque ser o envolvente solo de piano. À sequência, já temos a revisitação a Ellington, para a qual Byron troca o clarinete pelo saxofone; momentos do mais puro jazz. O sax se mantém ativo na execução de "Joe Btfsplk", peça de Byron em que inicia com um tema de melodia saborosa, antes de adentrarmos um terreno mais esfumaçado. "Numbers" traz um ar mais melancólico, com o tom ameaçando subir um pouco no solo de sax, mas voltando a linhas sutis do piano em sua delicada conclusão. Algo mais abstrato ecoa da profunda "Arabesques of a Geometrical Rose", sonoramente marcada pelo flutuante clarinete atravessando os toques quebradiços das teclas (provavelmente a melhor do conjunto). Um duo de grande potência criativa que faria bem (a seus ouvintes) em se manter trabalhando junto.






Not Seeing is a Flower  ****(*)
Akira Sakata/ Simon Nabatov/ Takashi Seo/ Moore
Leo Records


Este álbum reúne o quarteto formado pelos japoneses Akira Sakata (sax e clarinete) e Takashi Seo (baixo) ao lado do russo Simon Nabatov (piano) e do australiano Darren Moore (bateria). A gravação mostra a última parada de uma turnê pelo Japão que o grupo fez em novembro de 2017, tendo sido registrada no Jazzspot Candy, em Chiba. São aproximadamente 50 minutos de música intensa, exploração free jazzística que não foge do campo da energy music, como mostra de cara o primeiro tema, "Surge", em que Sakata já incendeia todos  à volta com seu sax alto, tom que ele ameaça baixar na mais suave (mas nem tanto) "Uncoil", para voltar de forma explosiva, já ao clarinete, em "Resolve". Sakata, aos 73 anos de idade, mantém a chama elevadíssima, sendo ainda uma das vozes mais intensas não só de seu país, mas de toda cena free jazzística. Afora seu sopro, marca presença seu inconfundível canto, que aparece aqui em "Ritual". Nabatov, o outro nome mais ativo e experiente do quarteto, também está em grande fase, fazendo de sua pulsante arte pianística uma voz tão marcante quanto a de Sakata juntos, criam passagens de elevada potência expressiva.    



  



Venusik  ****
Axel Dorner/ Agustí Fernández/ Ramon Prats
Multikulti Project

O trompetista alemão Axel Dorner se une aos espanhóis Agustí Fernández (piano) e Ramon Prats (percussão) neste encontro captado no Rosazul, Barcelona, em novembro de 2017. Como resultado, free impro de primeira linha destilado por cinco temas, variando de 5 a 17 minutos. "AEM" começa de forma mais climática, com Dorner nos eletrônicos e Prats explorando detalhes percussivos que vão envolvendo o ouvinte; o trompete chega mais ao fim, de forma abrasiva e cortante. Isso nos remete à faixa seguinte, "SSO", em que o sopro continua em primeira plano, sobre pontos minimalistas ao piano, que crescem em intensidade para os três juntos atingirem picos incendiários lá pelos três minutos, nos momentos mais vibrantes da apresentação. Muita dessa energia concentrada retorna em "Suparco", peça em que Fernández é o destaque, conduzindo uma entorpecente linha em seu piano que atravessa os últimos dois minutos de forma inquietante. "SNSB", a mais longa, fecha o disco em outro tom, remetendo mais à vibe climática inicial, inclusive com Dorner voltando a transitar pelos eletrônicos em algumas passagens. O álbum faz parte da Spontaneous Music Tribune Series, um dos selos dedicados ao free impro mantidos pelo polonês Multikulti Project.








Otis 3  ****
Otis Trio
Independente
Neste seu mais recente trabalho, o Otis Trio volta a suas raízes. Centrado em seu núcleo basilar, com Luiz Galvão (guitarra), João Ciriaco (baixo) e Flávio Lazzarin (bateria) o grupo contou com convidados em seus trabalhos anteriores, "Vida Fácil" e "74 Club" , o Otis Trio traz aqui quatro temas próprios, gravados em julho de 2018 no C4 Studios. São peças bem em sintonia com a sonoridade que fez a fama do trio desde sua estreia em 2007. Das dançantes linhas do baixo em "Jazz Favela" à pulsante bateria e o intrigante solo de guitarra de "Driftwood", quem conhece o trabalho do grupo não teria dificuldades em reconhecer quem está por trás dos temas. O disco fecha com "Walking Warrios Warlock", a mais extensa do conjunto, com seus 14 minutos, e também a mais expressivamente ambiciosa. Diferente dos temas anteriores, mais diretos e certeiros, "Walking Warrios Warlock" mergulha logo após os 30 segundos de abertura em uma linha contemplativa, com toques espaçados na guitarra cortando, junto com um dedilhado tateador do baixo e a sutileza percussiva, o ar pontualmente, até surgir com vagar um solo de Galvão, cheio de fraturas em seu desenvolvimento temático (ecoando algo que Joe Morris explora tão bem), para desembocar no solo de Lazzarin, antes de o protagonismo ser passado a Ciriaco, que nos levará à parte conclusiva da peça. Editado em K7, o registro salienta a maturidade composicional e a criatividade improvisativa do trio.     







Pablo Puntoriero Trio  ****(*)
Pablo Puntoriero Trio
Independente
Quem acompanha a cena jazzística argentina com certeza conhece o saxofonista Pablo Puntoriero, na ativa desde os anos 90, um dos responsáveis pelo pioneiro grupo La Cornetita. Com um novo trio, editou no fim do ano passado este intenso álbum, empolgante registro que reúne Puntoriero (sax tenor e flauta), Pablo Vázquez (baixo) e Santiago Lacabe (bateria).  São sete temas, entre faixas próprios e releituras, como “Hipnosis”, do trombonista Grachan Moncur III,  peça gravada anteriormente por gente como Archie Shepp e Jackie McLean. Nesse departamento há ainda a viva “Mr PP”, do guitarrista argentino Tito Fornaro. Adentrando as criações originais, destaque para a sensacional “Desequlibrio”, com o tenor se alternando em momentos relaxados e solos de intensidade mais marcada. Em “Escalera”, vemos a bateria como força propulsora, com o tenor destilando um tema marcante antes de mergulhar em solo preciso. Já em “Punto de Partida”, Puntoriero se apresenta na flauta transversal, em idílico tema, com algo de sabor oriental, que desliza pela marcante pulsação do baixo. Para fechar o disco, “El Afano”, em alta voltagem. Esse álbum apenas reforça uma antiga impressão, a de que Puntoriero infelizmente não tem o reconhecimento que mereceria no cenário internacional.





RD3  *****
Radio Diaspora
Sê-lo
 Em seu terceiro registro, o intenso duo Radio Diaspora continua explorando novas vias para apresentar sua música dedicada à celebração da herança afro-diaspórica. Partindo de seus instrumentos-base, Romulo Alexis (trompete) e Wagner Ramos (bateria) exploram também eletrônicos,  criando uma música à qual a adição de samplers e vozes pré-gravadas potencializa um dinamismo não só estético mas também discursivo, em que falas e personagens históricos das lutas pelos direitos civis, raciais e sociais se embrenham pela sonoridade contemporânea do duo, potencializando a mensagem empunhada por eles. Temos, por exemplo, logo no tema de abertura a voz de Abdias Nascimento (1914-2011) ecoando "Zumbi está vivo!", em um processo que se repete, com as palavras indo e vindo enquanto sopro e percussão desenvolvem ideias. O poeta Solano Trindade (1908-1974) é o homenageado em "Nego Solano", que traz o mais explosivo e belo solo de Alexis. Naná Vasconcelos (1944-2016) adentra o tema "Ecos de Naná", onde vemos seu cântico surgir em fragmentos, rastros que se misturam à linha percussiva, mais intensa e presente aqui. Na última faixa, "Negra y no Morena", Alexis ainda nos brinda com intenso solo ao shehnai, instrumento de sopro de origem indiana, criando outros climas. O álbum foi gravado e masterizado no Estúdio FlapC4 (SP) em julho de 2017 e não à toa apareceu como "lançamento nacional do ano" na escolha do FreeForm, FreeJazz . O duo editou em paralelo outro disco, uma colaboração com o rapper Bá Kimbuta, resultando em um trabalho com pegada um tanto quanto diferente.







J-Jazz: Deep Modern Jazz from Japan  ****
Vários
BBE
A cena japonesa tem com certeza muita coisa boa escondida. Esta coletânea do selo britânico BBE buscou revelar nomes menos lembrados do jazz nipônico e traz algumas grandes surpresas. Não se trata aqui do free japonês, mas de modern jazz, como diz o subtítulo. São dez temas, sendo a maioria de músicos pouco lembrados exceção ao trompetista Terumasa Hino, que teve relativa fama entre os anos 70 e 90 , englobando um período que vai de 1969 a 1984. Uma das surpresas é o quarteto do pianista Tohru Aizawa, que lançou apenas um álbum em 75 e do qual é extraída a peça que ouvimos aqui, "Dead Letter", de inegável herança coltraneana.  Outra boa parada é o trio do também pianista Fumio Karashima (1948-2017), com a faixa "Little Island", vinda de um registro ("Piranha") feito em 76. Karashima teve ligações especialmente com bateristas ocidentais, tendo tocado e gravado com Elvin Jones, Tony Williams e Jack DeJohnette. Mas o melhor da coletânea fica o grupo do saxofonista Koichi Matsukaze, que mostra "Earth Mother", de disco de mesmo nome resgatado em edição em CD no ano passado pela gravadora. Nessa fase, Matsukaze ainda estava mais ligado ao pós-bop, mas iria se aproximar do free a partir dos anos 80, gravando com gente como Yusuke Yamashita e  Masahiko Togashi. J-Jazz é uma interessante oportunidade para conhecer mais nomes da sempre viva cena japonesa.







A Pearl in Dirty Hands  ****(*)
João Pedro Viegas/ Carlos Zíngaro/ Nicola Guazzaloca/ Alvaro Rosso
Aut Records


A prática da improvisação livre coletiva é mais complexa do que pode parecer a princípio. Tanto que nessa seara não são poucas as tentativas falhas, inócuas. Por isso sempre é estimulante ver artistas preparados para encarar e desenvolver com apuro propostas no campo da free impro. O quarteto PUI4  mostra que está mais do que afiado para tal desafio. Reunido em Portugal, conta em suas fileiras com os instrumentistas locais João Pedro Viegas (clarinete baixo) e Carlos Zíngaro (violino) ao lado do italiano Nicola Guazzaloca (piano) e do uruguaio Alvaro Rosso (baixo). O encontro se deu no Namouche Studio (Lisboa), em 14 de novembro de 2017. De lá, saíram as 10 faixas reunidas neste A Pearl in Dirty Hands. A música apresentada revela grande equilíbrio de ideias, sem protagonismos – mesmo que sejamos tentados a ver/ouvir Zíngaro como alguém ao centro de tudo, talvez pela própria força emanada pela sua simples presença. O piano de Guazzaloca marca a entrada nesse universo, com toques pontuais e sutis, seguidos pelo baixo, que fazem os ouvidos se esforçarem para captar o que vai surgindo lentamente; o grito do clarinete baixo, lá pelos dois minutos, é o que aguça nossos sentidos para o que virá. “Soon it’s late”, a segunda faixa, já vem com maior potência, com violino e piano abrindo o tema de forma mais incisiva. Já o clarinete baixo tem seu protagonismo em “Down the Gate”, iniciando a faixa com uma sonoridade algo sombria, logo cortada por um áspero violino, com o qual passa a dialogar. (Para quem quiser ouvir mais do clarinete baixo de Viegas, ele lançou em 2018 também um duo com o baixista italiano Roberto Del Piano, “Friendship in Milano”.)







autoschediasm  ****
Karoline Leblanc/ Ernesto Rodrigues/ Nicolas Caloia
atrito-afeito

O novo registro do selo canadense atrito-afeito apresenta um trio que grava junto pela primeira vez. Aos canadenses Karoline Leblanc (piano) e Nicolas Caloia (baixo) se junta o português  Ernesto Rodrigues (viola), em um encontro que aconteceu no Conservatoire de Musique de Montreal, em junho de 2018. A apresentação, de pouco mais de 40 minutos, se divide em três partes, apesar de ser uma peça só, autoschediasm, que dá título ao álbum. Aqui estamos no campo da improvisação livre coletiva, em que os três instrumentistas exploram vias que se completam em diálogos ora harmoniosos, ora conflitantes, podendo ir cada um a um canto distinto ou se unirem para formar um todo de coerência estética e discursiva. Músicos experientes, conseguem criar, no geral, uma peça de inventivas possibilidades, soando como um conjunto camerístico de linhas moderadas mas desafiadoras, com sonoridades que devem exibir seu melhor no ambiente de uma sala de concerto isso fica ainda mais evidente na detalhista "Part 2" , onde cada movimento gestual pode ser captado pelo público. Leblanc, uma das destacadas pianistas da cena contemporânea, mostra um pouco de seu melhor em "Part 3", quando duela com a viola, em empolgante desfecho a partir dos cinco minutos, que faz o registro encerrar de forma vibrante. O CD sai em edição limitada de 100 cópias numeradas.






Sparrow Nights  *****
Peter Brotzmann/ Heater Leigh
Trost

Um soturno lirismo perpassa este novo encontro entre Peter Brotzmann e a guitarrista (pedal steel) norte-americana Heater Leigh. Composto por dez profundos temas, Sparrow Nights explora vias diferentes do arsenal de Brotzmann, nos mostrando uma face mais contemplativa e detalhística, demarcando uma diferença mesmo em relação ao trabalho anterior do duo, “Sex Tape” (2017), que tinha momentos de vigor mais explícito. Leigh cria estruturas hipnóticas com sua guitarra, dominando os espaços atravessados – sutis mesmo quando atacados – pelos sopros.  Brotzmann está armado por saxes alto, tenor e baixo, além dos clarinetes contralto, baixo e b-flat. E essa multiplicidade de sopros é explorada de forma ampla, em um passeio sonoro inebriante de complexos e variados testes timbrísticos. Os títulos das faixas também são muito sugestivos, em sintonia com o que ouvimos: “My Empty Heart”, “This Word Love”, “It’s Almost Dark”, “The Longer We’re Apart”... Claro que Brotzmann é Brotzmann e não vai ficar sussurrando durante os mais de 70 minutos que formam o disco: em “River of Sorrow”, por exemplo, há um longo e áspero, até estridente em certos momentos, solo de clarinete, mais afeito ao que seus ouvintes estão acostumados. Já o sax baixo, tão pouco explorado, abrindo “Sparrow Nights” traz colorido especialmente intrigante. Brotzmann e Leigh formam um duo distinto e de contagiante criatividade, trazendo novos ares à free music.








Pillars  *****
Tyshawn Sorey
Firehouse 12 Records
Baterista, trombonista, pianista, compositor. Tyshawn Sorey, 38 anos, músico de New Jersey, está no seu auge, como atesta Pillars, seu último álbum, editado em outubro passado. O ambicioso trabalho, que se estende por três CDs, contou com um grupo de instrumentistas de primeira linha: Joe Morris e Todd Neufeld (guitarras), Stephen Heynes (trompete), Bem Gerstein (trombone), Mark Helias, Carl Testa e Zach Rowden (baixos), todos convocados para tocar uma nova composição de Sorey, em encontros realizados e registrados nos dias 30 e 31 de julho de 2017. Inevitavelmente o trabalho foi parar em várias listas de melhores do ano. Sorey mostra o seu melhor como compositor, utilizando elementos que vão do erudito contemporâneo ao universo jazzístico, em meio à liberdade improvisativa que marca a trajetória dos envolvidos. Sorey toca bateria, percussão, trombone e dungchen (um instrumento de sopro tibetano). O álbum se revela um extenso e muito bem construído painel sonoro, dividido em três grandes partes (Pillars I, II e III) feitas para serem escutadas sequencialmente, compondo o todo de Pillars, quase quatro horas de música deslumbrante.







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*quem assina:
Fabricio Vieira é jornalista e fez mestrado em Literatura e Crítica Literária. Escreveu sobre jazz para a Folha de S.Paulo por alguns anos; e foi correspondente do jornal em Buenos Aires. Atualmente escreve sobre livros e jazz para o Valor Econômico. É autor de liner notes para os álbuns “Sustain and Run”, de Roscoe Mitchell (Selo Sesc), e “The Hour of the Star”, de Ivo Perelman (Leo Records)