Masada é o projeto mais longevo, contínuo e prolífico de John Zorn. É possível que o compositor não tenha planejado uma vida tão extensa e com tantos frutos quando sentou pela primeira vez para celebrar o encontro da música judaica com o jazz livre, em 1994. Mas já são quase duas décadas de atividade e mais de quatro dezenas de álbuns gestados/envolvidos.
Do formato original de quarteto acústico (sax, trompete, baixo e bateria), o Masada se desmembrou em outros dois principais rebentos: o “Electric Masada”, originalmente um octeto, com adição de instrumentos elétricos (guitarra, teclados) e percussão; e o “Masada String Trio”, que é um trio de cordas no qual Zorn participa apenas como compositor, arranjador e condutor. Em paralelo, interpretando o repertório escrito por Zorn para esse projeto aparentemente inesgotável, que conta com algumas centenas de temas, há revisitações várias conduzidas por instrumentistas de seu meio (solos ou conjuntos), sempre coordenadas pelo saxofonista e editadas pelo selo Tzadik.
Zorn já explicou em entrevistas que a ideia por trás do projeto Masada nunca foi a de realizar versões jazzísticas de temas populares judaicos. Sua intenção sempre foi a de fazer música nova para ouvintes de hoje, partindo de traços rítmicos e melódicos da música Klezmer e fazendo-os se integrar aos seus particulares processos sonoros.
O Masada 4tet original lançou seu primeiro álbum, “Alef”, em 94. Até meados de 97, já havia editado um ciclo de dez discos, cada um com o nome de uma letra do alfabeto hebraico (Beit, Gimel, Dalet etc.). Essa música não se assemelha aos vôos mais experimentais e rasgantes de Zorn. O que temos aqui é uma herança explícita do free jazz primeiro, especialmente do quarteto clássico de Ornette Coleman, temperada com aroma Klezmer. Nada de rock ou aventuras improvisativo-abstratas. Esse é o Masada com o qual Zorn está visitando a América do Sul.
O Masada 4tet original lançou seu primeiro álbum, “Alef”, em 94. Até meados de 97, já havia editado um ciclo de dez discos, cada um com o nome de uma letra do alfabeto hebraico (Beit, Gimel, Dalet etc.). Essa música não se assemelha aos vôos mais experimentais e rasgantes de Zorn. O que temos aqui é uma herança explícita do free jazz primeiro, especialmente do quarteto clássico de Ornette Coleman, temperada com aroma Klezmer. Nada de rock ou aventuras improvisativo-abstratas. Esse é o Masada com o qual Zorn está visitando a América do Sul.
A versão mais power e free do projeto 'Masada' é o Electric Masada –esta seria a encarnação ideial para se apresentar em um espaço como o Cine Joia... Tendo apenas dois álbuns oficiais (“50th Birthday Celebration Volume Four”, 2004; e “At The Mountains Of Madness”, 2005) o grupo se reúne esporadicamente para concertos.
(‘Electric Masada’, at Nancy Jazz Pulsations. 2004.)
O Electric Masada sintetiza elementos variados que caracterizam a música de Zorn como um todo, free, improvisação, algo noise, rastros rock e o lirismo caracteristico do songbook Masada. Para o som do grupo, as participações do guitarrista Marc Ribot e do percussionista Cyro Baptista são fundamentais.
Em 2007, esse pessoal esteve em Roma, em um incrível evento chamado “Complete Masada”, que apresentou em três noites seguidas as várias faces do projeto Masada. O octeto elétrico encerrou o evento no dia 27 de junho, com um set de mais de 70 minutos de duração, no qual o som do grupo pode ser apreciado em toda sua força e intensidade.