Considerado o “pai” da free improvisation na Rússia, Vladislav Makarov nasceu em 1950, na cidade de Smolensk, no sudoeste de Moscou, onde vive até hoje. Dedicado ao violoncelo, Vlad Makarov também se debruça sobre a pintura (ver ao lado) –obras suas já estamparam capas de álbuns de grupos como o “Ganelin Trio”. Tendo em seu currículo trabalhos ao lado de figuras de destaque no free improv internacional (Phill Minton, Elton Dean, Fred Frith, Henry Kayser), tem se dedicado a difundir a improvisação livre em seu país. Parceiro de veteranos como Sergey Letov, Sergey Kuryokhin e Sainkho Namtchylak, Makarov começou sua jornada musical no final da década de 1970, tendo já assinado variados álbuns com parceiros diversos.
Alternando-se entre arco e pizzicato, Makarov é um dos grandes do violoncelo free contemporâneo. Em 2009, gravou um riquíssimo álbum solo, “Multiplying Real – Multicello”, no qual ‘eletrifica’ seu instrumento, além de ‘prepará-lo’, no melhor estilo John Cage, com objetos variados. Como explica o próprio Vlad, seu trabalho com a improvisação bebe tanto no free jazz quanto na música erudita contemporânea.
Neste Antitheses (8 tracks, untitled) o violoncelista se encontra com um jovem talento da nova safra de músicos russos, o saxofonista Ilia Belorukov, que tinha somente 20 anos quando o álbum foi gravado. O diálogo entre esses dois representantes de gerações e formações distintas é bastante vivo e instigante: é como se tocassem juntos há anos, com respostas e encontros precisos. A dupla já realizou outros trabalhos em conjunto, mas este Antitheses representa a melhor introdução a tal percurso.
*Vladislav Makarov: violoncelo, guitar
*Ilia Belorukov: alto, baritone