Exploração intensa de um formato clássico

Depois da barulheira concentrada nos últimos posts, passemos a espaços menos agressivos. Ainda para mostrar algo mais de John Edwards, recente e em praias distantes do ‘GOD’, selecionei esse trio em formato clássico (piano-baixo-bateria), no qual ele divide seu dedilhado com Mark Sanders e Agustí Fernández.

Um dado interessante desse trio é que dois de seus componentes já são nossos conhecidos: além de o público brasileiro ter podido assistir duas apresentações de John Edwards nesse fim de semana (para os músicos, houve também a oportunidade de conferir seu workshop), o baterista Mark Sanders já passou por aqui e retorna em breve. Sanders esteve no Brasil no ano passado, onde se apresentou em diferentes gigs, com Phill Minton, Veryan Weston e Ivo Perelman. No próximo mês ele desembarca em SP e Porto Alegre como parte do Ken Vandermark Trio.

No caso do pianista Agustí Fernández, ainda não pudemos vê-lo pelas redondezas. Fernandez é espanhol e vem da área erudita, tendo mergulhado com maior ímpeto no free improv na década de 90. O pianista aponta dois nomes relevantes em sua maneira de ver e interpretar a música: Cecil Taylor e Iannis Xenakis (com quem estudou nos anos 70). No campo da free improvisation, Fernandez contabiliza associações com Evan Parker, Bary Guy, Derek Bailey, John Butcher, Mats Gustafsson, Susie Ibarra e Marilyn Crispell.

Nesse ‘un llamp que no s'acaba mai’, vemos um trio desenvolto, com levada vigorosa e improvisação coletiva vivaz. Essa é a melhor versão-trio liderada por Fernández –apesar de ele ter tocado mais constantemente com os duos ‘Barry Guy/ Ramón López’ e ‘Joan Saura/ Liba Villavecchia’.
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* John Edwards: Double Bass
* Mark Sanders : Drums
* Agustí Fernández: Piano

1.  Primo 13:51
2.  Secondo 9:07
3.  Tertio 10:13
4.  Quarto 13:30

Recorded at Ermita de San Roque, Sigüenza, Spain, 7 December 2007.