Sopro escandinavo

Não é segredo a relevância da Escandinávia para o palco-jazz. Ao menos desde os 60s, a região tem sido destacado pólo de criação e repercussão sonoro-free-jazzística. Quantos não são os músicos e discos gestados nessa fria região ao norte da Europa? A terra de Mats Gustafsson e Paal Nilssen-Love segue como seara privilegiada de exploração musical, como atestam trabalhos e músicos mais novos que têm surgido.


Dentre as mais novas bandas está o MZN3. Formado pelo saxofonista Kjetil Moster e o baixista Per Zanussi, noruegueses, e o baterista Kjell Nordeson, sueco, o MZN3 tem produzido nos anos recentes um som free sem descartar a importância da construção melódica. O MZN3 é apenas um dos vários projetos (como The Core e Trinity) liderados por Moster. Nascido em junho de 76, o saxofonista-alto experimentou antes o baixo-elétrico, passando por bandas de rock na adolescência. O disco homônimo, de 2005, traz os músicos escandinavos em oito faixas.




Em uma linha um pouco mais rocker (sem deixar a pegada jazzy de lado), o Morthana reedita as clássicas parcerias EUA-Europa. Um power trio que conta com o saxofonista americano Andrew D’Angelo e os noruegueses Anders Hana (guitarra) e Morten Olsen (bateria), o Morthana deve agradar facilmente os fãs do The Thing e do Zu. A guitarra de Hana abre o disco e se arrasta solo por cerca de dois minutos de ruídos antes de bateria e sax entrarem em cena e demarcarem o tom que acompanhará o ouvinte pelo resto do disco. D’Angelo também aparece em algumas faixas _as menos “aceleradas”_ empunhando clarinete-baixo. O disco é de 2004 e vem com cinco faixas.