Novo The Thing



O power trio escandinavo (Mats Gustafsson, sax; Ingebrigt Haker Flaten, baixo; Paal Nilssen-Love, bateria) The Thing soltou um novo disco, repleto de obscuras covers, agressividade, distorção e barulho, como costuma ser. Bag it! acaba de sair pelo selo Smalltown Superjazzz, que tem montado aos poucos um interessante catálogo de impro e free music. Em oito faixas, o The Thing mostra o que pode ser o free jazz nos dias atuais, oferecendo um som bastante singular e com potencial para atrair ouvidos de fora do circuito jazzístico. Curiosas intervenções de Gustafsson provenientes de suas pesquisas eletrônicas (influência de Otomo Yoshihide e Jim O’Rourke?) são um dos diferenciais no som do grupo neste álbum.
Dentre as covers, dois clássicos representativos de eras bem diferentes: Mystery Song, de Duke Ellington, e Angles, de Albert Ayler. Na ala rockeira, atenção para a releitura de Drop the Gun, do 54 Nude Honeys _banda japonesa capitaneada por três garotas.
De bônus, um segundo disco com uma longa improvisação de 30 minutos (Beef Brisket).
Uma curiosidade: Steve Albini aparece na mixagem.

Mats Gustafsson tem se firmado como um dos mais representativos músicos da cena free atual. Esse saxofonista sueco, nascido em 64, já participou de dezenas de gravações e contabiliza parcerias com figuras como Peter Brotzmann, Joe McPhee, Thurston Moore e Ken Vandermark. Um dos trunfos de Gustafsson é aliar as forças do free jazz com as do rock, que renderam poderosas versões de To Bring You My Love (PJ Harvey), Aluminium (The White Stripes) e Art Star (Yeah Yeah Yeahs):