Cena local

Difícil acreditar que não há uma cena free jazzística no país (prefiro pensar que sou eu que a desconheço). Se até mesmo a música erudita contemporânea tem seu espaço, tendo gestado figuras do quilate de Flô Menezes e Gilberto Mendes, porque não o jazz livre? Mas é claro que sempre há algo fermentando por aí, como o trabalho do pessoal do Supersimetria, que tem feito interessantes experimentações sonoras atentos à improvisação. Dentre seus mais de 20 discos-projetos, destaque para a trilogia dos álbuns pretos (Shishogan, Kukiri e Desumasuku).




Gravados em 2005/2006, os três discos "pretos" trazem duos de sax/bateria devedores do melhor esquema free jazz clássico. Rob Ranches (sax tenor) e Mário Conte (bateria) comandam os duos nos quais mostram que a composição instantânea e enérgica vive entre nós e, se não é muito divulgada, existe e deve ser descoberta. No site deles (http://www.supersimetria.net/ ) dá para baixar os álbuns e ter uma ideia melhor do som que estão fazendo.